sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

NOTA PÚBLICA - ADUEMG




NOTA PÚBLICA
DA ASSOCIAÇÃO DOS DOCENTES DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS

A UEMG vive um momento dramático e de forma caricatural, poderíamos dizer que em janeiro de 2016 a UEMG não existe. Devido à histórica falta de concursos públicos, a queda da Lei 100 e o fim dos contratos das designações (as quais tem vigência de fevereiro a dezembro), no momento a Universidade conta com apenas 127 professores efetivos, o que representa não mais que 8% do corpo docente necessários ao funcionamento da instituição.
A história da UEMG, embora seja marcada por ricas e singulares experiências acadêmicas, também tem sido caracterizada por sua manipulação em jogos de interesses políticos-econômicos. A incorporação das fundações associadas entre 2013 e 2014 representou mais um capítulo na instrumentalização política da instituição pelos caciques políticos regionais. Após a incorporação, a Universidade se tornou a terceira maior de Minas Gerais em número de estudantes. Todavia, em quase todos os demais parâmetros, estamos longe, muito longe do que se espera de uma Universidade Pública de qualidade.
O atual episódio envolvendo a Casa Civil e a proibição da renovação automática das designações é mais um elemento da crise que a UEMG vive nos últimos anos. Este episódio, além de comprometer o funcionamento das Unidades, cria uma enorme instabilidade institucional. No último dia 13, a ADUEMG já se pronunciou sobre o assunto por meio de Ofício (confira em http://aduemg-andes.blogspot.com.br/2016/01/oficio-0012016-sobre-as-designacoes.html) e entendemos que grande parte das designações (Unidades de Ituiutaba, Divinópolis, Passos e Ibirité) pode ser renovada sem violar aspectos legais e o caráter de excepcionalidade das designações. Todavia, embora sejam essenciais como medidas imediatas para o início do ano letivo de 2016 e como respeito aos docentes envolvidos no caso, as renovações não representam a solução da crise institucional da UEMG. É importante reiterar, mais uma vez, que precisamos com urgência da construção de um calendário de concursos públicos para provimento de cargos, construído em diálogo entre o corpo docente, Reitoria e SEPLAG. Além disso, soma-se a isso as demais pautas que ADUEMG e ADUNMONTES têm negociado desde 2014 com a SEPLAG, sem avanços concretos até o momento:

I.            Reajuste imediato dos vencimentos da carreira docente, tendo em vista a reparação das perdas salariais desde 2011, quando houve o último reajuste;
II.           Realização de concursos públicos em fluxo contínuo para provimento de cargos docentes. A realização de concursos e o consequente aumento do quadro efetivo são essenciais para a consolidação da Universidade.
III.          Dotação orçamentária baseada na receita Corrente Líquida do Estado, garantindo assim a autonomia universitária;
IV.         Implementação de Estatuintes na UEMG e UNIMONTES;
V.          Revisão da Lei da Carreira de Professore de Educação Superior (Lei 15.463/2005).


 A UEMG precisa ser (re)construída e isso só será possível a partir da participação e do diálogo daqueles nela trabalham. Infelizmente, professores, professoras e estudantes da UEMG continuam sendo deixados a margem das tomadas de decisão. Diante desse quadro crítico, a ADUEMG convoca a todos para a luta por uma Universidade pública, democrática e de qualidade. 

Belo Horizonte, 15 de Janeiro de 2016

Diretoria Executiva - ADUEMG

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