OPINIÃO
Mais uma vez a máquina
centralizadora e pouco democrática da Universidade do Estado de Minas Gerias
mostrou suas garras. Além das diversas Unidades, que sequer podem eleger seus
diretores, dos professores que ganham menos que os companheiros da Educação
básica, das designações distribuídas com critérios pouco claros, das péssimas
condições de trabalho, e mais uma lista enorme de tratos pouco adequados com a
coisa pública; pudemos presenciar esta semana a vitória do autoritarismo e do
controle, ao melhor estilo autocrático.
Nas eleições para o Conselho
Universitário – CONUN, sem falar da distinção de faixa de nível de professores
a partir da sua titulação, algo absolutamente arcaico e que remete a uma idéia
de cátedra, já falida e esquecida nos meios Universitários; percebemos que a
grande parte das Unidades da UEMG pelo Interior ficarão, mais uma vez, a margem
das decisões mais importantes. Poucos foram aqueles que conseguiram vencer a
máquina burocrática da reitoria e se eleger.
Diante deste quadro vale a pena
perguntar: Quem dará voz aos docentes das Unidades pelo Interior? Seus
diretores, em grande parte indicados pelo próprio reitor? Como se pretende
construir uma Universidade, se as peças fundamentais desta labuta estão a
margem, colhendo as migalhas da boa vontade soberana da nossa reitoria...
É lamentável este cenário para esta
Instituição que deveria ser uma das maiores Universidades do Brasil, dado o
valor e importância do Estado de Minas Gerais no cenário nacional. Todavia, a herança
de uma politicagem desavergonhada que tomou conta desta Estado por doze anos e
aqueles que estão na gestão superior não permitem que a UEMG se torne
verdadeiramente grande.
Destarte, como sou um otimista
por vocação, espero que os novos conselheiros e conselheiras, mesmo alinhados
em sua grande maioria com a atual reitoria, observem as demandas dos docentes
desta nossa Universidade e convoquem, em caráter de urgência uma nova estatuinte,
para adequar o estatuto a nova realidade da Universidade. Que cada Unidade seja
transformada em Campus, principalmente com autonomia acadêmica e que cada um
desses espaços de formação tenha voz e voto adequado no Conselho Universitário.
Deixar os docentes a margem das
decisões Universitárias é o pior equivoco que uma Universidade pode cometer.
Sigamos juntos na luta por uma UEMG verdadeiramente democrática, autônoma e de
qualidade.
Prof. Roberto Kanitz - UEMG/Unidade Ibirité
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